domingo, 14 de fevereiro de 2010

MISS BRASIL 1960











































SESSÃO NOSTALGIA - MISS BRASIL 1960
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Daslan Melo Lima

O ano era 1960, início de uma década que revolucionou o planeta Terra.
Maracanãzinho, Rio de Janeiro, sábado, 11 de junho.
Um público estimado em 28 mil pessoas estavam ali para assistir a eleição da mais bela brasileira do ano, promovida pelos Diários Associados.
As candidatas, em número de 23, oriundas de todas as regiões do país, tinham um sonho, o sonho maior de toda moça daquela época: ser coroada Miss Brasil.

As misses desfilaram, primeiro, em vestido de baile (criações de CIAESA, sinônimo de Tecidos Flamezin, que se apresenta com o slogan de que "a elegância veste a beleza").
Os penteados do cabeleireiro Ermílio (anticlássico, mas funcional) e a maquillage de N.G.Payot acrescentaram mais beleza às misses. Isto quer dizer que a elegância desfilou também no Maracanãzinho.

As misses mais aplaudidas pela multidão-júri foram as de Minas, Pernambuco, Guanabara e Estado do Rio. Na base do plebiscito leigo - se rumor de palmas significasse diploma de beleza - algumas delas seriam as primeiras colocadas. E Miss Minas, a mais ovacionada, seria Miss Brasil.
Mas o Júri-expert vê as misses através de luneta antropométrica. Há pecados mortais de beleza. Poucos exemplos: ombros caídos, quadris volumosos, coxas grossas, joelhos para dentro, omoplatas salientes, e a indispensável linha reta das pernas, quando os calcanhares ficam unidos. Beleza de miss requer - dizem os que se dizem entendidos - harmonia de linhas, até a ponta dos dedos. Rosto, personalidade e saber andar contam muito. A moça que enche os olhos não é, em verdade, a miss, mas o bom gosto particular. Miss é outra coisa: talvez a combinação de aritmética com poesia e mais algo em código.
(Revista O CRUZEIRO, 25/06/1960, Ano XXXII, Nº37, reportagem de Ubiratan de Lemos e Indalécio Wanderley)


Em maiôs Catalina, as 8 mulheres brasileiras mais belas de 1960. Da esquerda para a direita:
Miss São Paulo, Erica Bertha Lirkus, 8º lugar;
Miss Amazonas, Vanja Nobre Jacob, 7º lugar;
Miss Rio Grande do Sul, Edda Logges, 5º lugar;
Miss Pernambuco, Maria Edilene Torreão, 3º lugar;
Miss Guanabara, Gina MacPherson, 1º lugar;
Miss Brasília, Magda Renate Pfrimer, 2ºlugar;
Miss Minas Gerais, Mercedes Elizabeth del Carmen Carrascosa Von Glehn, 4º lugar;
Miss Estado do Rio, Marzy Moreira, 6º lugar.

O Júri foi assim constituído: Sras.Helena Silveira (de S.Paulo), Leda Ribeiro, Eunice Modesto Leal, Martha Rocha, Herbert Moses, Leão Veloso (escultor), Oscar Santa Maria (juiz internacional de concursos de beleza), Zacarias do Rêgo Monteiro, Carlos Machado, João Calmon (diretor-geral dos Diários Associados) e José Amádio (diretor desta Revista).
Pois esses senhores decidiram, por maioria de 8 votos, que Miss Brasil seria Gina Macpherson (Miss Guanabara, pelas cores do Botafogo).
Diga-se, ao vôo de andorinha, que o Júri não se deixou contagiar pelo público, votando dentro da melhor cartilha, como fazem os Júris internacionais.
O segundo lugar coube a Miss Brasília (vaia de 5 minutos de protesto) e o terceiro a Miss Pernambuco (com aprovação das arquibancadas.
(O Cruzeiro, 25/06/1960)


Gina MacPherson, Miss Guanabara, Miss Brasil 1960. Vinte anos, 1,70m de altura, 93cm de busto, 58 de cintura e 93cm de quadris. Coxa 53cm, tornozelo 22 e 57 quilos



Em Miami Beach, Gina MacPherson ficou entre as 15 semifinalistas do Miss Universo.
Em Long Beach, Magda Pfrimer não conseguiu classificação entre as semifinalistas do MISS UNIVERSO



..........Gina Macpherson, Miss Guanabara, Miss Brasil 1960..........

Não sei quantas vezes já abri a revista O CRUZEIRO, de 25 de junho de 1960. Abri a revista incontáveis vezes para fugir dos pesadelos do mundo atual. Para mostrar ao menino que um dia eu fui que ele conheceu um mundo menos competitivo, menos violento. Um mundo mais belo e sonhador, onde 28 mil pessoas iam assistir no Maracanãzinho o concurso Miss Brasil.

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