Como me tornei miss
Iniciei com 17 anos. Nessa época minhas preocupações eram os estudos e a briga com a balança. Nunca fui gordinha mas nessa fase eu estava um pouco acima do peso (para os padrões da moda). Na verdade demorei a aceitar o convite de uma agência. Eu era super resistente, e com razão. Quando minha irmã foi miss eu tinha 12 anos e sempre me perguntava como ela aguentava cumprir tantos compromissos em cima de um salto alto, um vestido sempre bordado com pedras (imagine o peso), uma faixa pendurada e um coroa na cabeça. Para mim aquilo era tortura. Meus pais faziam questão de acompanhá-la sempre, e me levavam. Confesso que amava ir e me exibir como a irmã da miss. Gostava de estar nesse meio, mas odiava quando chegavam perto de mim e soltavam aquelas palavras: "Que linda, daqui alguns anos é você? Vai seguir os passos da irmã"? Pronto, eu sorria sem graça mas não conseguia disfarçar a minha expressão de descontentamento (uma característica peculiar minha, rs) e logo depois fazia um bico enorme! Como podiam me desejar aquilo?! Não conseguia me imaginar miss, primeiro porque estava na fase de me achar feia, segundo porque vida de miss, pra mim, era sofrimento. Minha irmã tinha um coordenador que não deixava ela debruçar os cotovelos sobre a mesa! Coitada! Nunca vou esquecer isso. Que vida é essa? Definitivamente ser miss era algo tão distante quanto alcançar a lua! Minha espontaneidade não me deixaria seguir adiante. Nunca gostei de fazer média, ou algo parecido. Apesar de presenciar esses momentos, para mim, agoniantes, eu absorvia o que achava proveitoso. Aprendi a maquiar bem nova, só observando o trabalho e as técnicas do maquiador. Aí então sempre que tinha uma festa eu ía pra frente do espelho e colocava em prática o que tinha aprendido. Além disso, tudo que sei hoje; postura, passarela, certas "maldades", truques, aprendi nessa época.
Com 17 anos fui a uma agência e fiz meu primeiro book. Trabalhei em Belo Horizonte mesmo mas não me dediquei tanto por priorizar os estudos e achar o mercado pequeno. Percebi, mais tarde, que essa oportunidade poderia me abrir portas, então aí sim a profissão começou a me conquistar! Com muito custo, resolvi participar de um concurso. Em 2008 fui eleita miss Belo Horizonte e fiquei em quarto lugar no miss Minas Gerais. Gostei da experiência! Não era o bicho de sete cabeças que eu pensava! Depois disso uma agência me mandou para a Turquia, onde morei dois meses trabalhando como modelo. Que experiência única! Ainda contarei aqui com mais detalhes mas acho que amadureci 5 anos depois dessa viagem!
A imagem que eu tinha sobre o mundo das misses mudou bastante. Hoje entendo que minha irmã se sacrificou para conquistar um sonho, e conseguiu o título de miss Brasil Mundo 1998, se classificando em 6º lugar no Miss Mundo. Muitas oportunidades surgiram a partir daí. Apesar disso continuo vendo desvantagens nesse universo da moda. Por detrás dos bastidores, nem tudo é tão lindo e glamuroso quanto parece! Quero portas abertas e sei que o título de miss pode me ajudar muito. Caso seja eleita, vou aproveitar essa chance para alcançar o que realmente quero! Ser miss é um caminho que percebi que pode me levar onde pretendo. Portas abertas para trabalhar no que amo, jornalismo!
Nenhum comentário:
Postar um comentário